Eles são modernos, silenciosos e, acima de tudo, sustentáveis. Até o fim de 2017, a cidade de São Paulo deverá contar com 60 novos ônibus elétricos em sua frota de veículos de transporte público, os quais serão alimentados por energia solar.
Os coletivos sustentáveis farão trajetos entre as zonas leste e centro da capital, podendo rodar 300 km com duas horas de carga, e servirão como teste para esse novo tipo de transporte público limpo, item que passará a ser exigido já no próximo edital para licitação de transporte, previsto para este mês de agosto.
Os ônibus elétricos vêm para substituir os 60 coletivos movidos à Diesel da frota da empresa Ambiental Transportes, responsável também pelos 200 trólebus elétricos circulando por São Paulo. Enquanto estes são abastecidos pela energia elétrica da rede, os novos coletivos serão movidos exclusivamente pela energia solar gerada através dos painéis fotovoltaicos instalados nos tetos das garagens.
De acordo com o secretário municipal de Transportes, Sergio Avelleda, o objetivo é a sustentabilidade e a qualidade de vida da população da cidade, portanto, o tipo de fonte usada para alimentar os ônibus não será uma exigência nas licitações, desde que não seja poluente, claro.
“Nós queremos que, nos próximos contratos, os operadores tenham por meta, anualmente, reduzir a emissão de gases que provocam doenças respiratórias e efeitos no clima global”, afirmou Avelleda.
Viagem Inspiradora
Essa ideia de transporte limpo partiu da visita que o prefeito da capital paulista, João Doria, fez a cidade de Shenzhen, na China, no último dia 28. A cidade possui 20 milhões de habitantes e nela os níveis de poluição alarmantes do país são mais amenos, fruto do seu sistema de transporte público limpo, com 85% dos 14 mil coletivos circulando na cidade sendo elétricos.
Durante a visita, Doria visitou a fábrica da empresa BYD, responsável por esses ônibus verdes e que também fabrica carros e monotrilhos elétricos. A empresa conta com uma subsidiária em Campinas, a qual está negociando os ônibus solares com a Ambiental Transportes.
Por serem veículos abastecidos com uma energia limpa, um novo modelo de remuneração para as operados de transporte público que utilizarem esses ônibus precisa ser estudada, uma vez que o modelo atual leva em conta o gasto com combustível.
Tarifa de Aluguel
Cada ônibus elétrico tem o custo de R$1,2 milhão, com o seu banco de baterias sendo responsável por R$550 mil desse total. Por estas possuírem uma vida útil acima de 30 anos, uma solução encontrada pela fabricante e a qual tenta negociar com o governo do Estado seria a venda isolada do ônibus a operadora, com as baterias sendo pagas no decorrer dos anos através de um tipo de aluguel, ou leasing.
Assim, a parte da tarifa que antes era destinada ao pagamento do combustível, agora passaria a pagar essas baterias, o que, de acordo com Adalberto Maluf, um dos representantes da BYD, seria bem mais vantajoso para as operadoras e, principalmente, para os usuários de transporte público.
“A trajetória do preço do petróleo é de aumento muito maior do que o da energia, mas o que oferecemos é um contrato de 10 anos com preço estável. Daqui a pouco tempo, você tem menos pressão para o aumento (dos custos e, consequentemente, da tarifa).”
Fonte de Informação: Estadão – Site