Segundo os dados compilados, “Corrida Solar” entre a China e os Estados Unidos foi a principal responsável por esse salto na energia solar mundial, com ambos países quase dobrando a sua capacidade instalada da tecnologia em 2016.
E 2016 foi mais um ótimo ano para a energia solar. Um estudo recente já havia apontado que a tecnologia chegou no fim de dezembro como a forma mais barata de geração de energia elétrica. Agora, de acordo com o resultado apresentado pelo Órgão Comercial de Energia Solar Europeu, que compilou os dados do último ano, a energia solar mundial deu um salto de 50%, de 2015 para 2016.
No ano passado, o total mundial de nova capacidade solar instalada contabilizou mais 76 GW (Gigawatts), um significativo aumento dos 50 GW instalados em 2015. Ainda segundo os dados, China e Estados Unidos foram os grandes responsáveis por esse forte crescimento, tendo os dois países quase dobrado a sua capacidade instalada em relação a 2015.
A China, inclusive, vem investindo pesado na tecnologia fotovoltaica e deve se tonar a nova superpotência verde mundial, agora que Donald Trump e sua política de pouca importância aos problemas ambientais assumiram a presidência dos Estados Unidos. Quase metade da nova capacidade solar instalada no ano passado foi na China, com a Ásia no geral contabilizando por dois terços da quantidade.
Crescimento da energia solar no mundo
Em termos de comparação e como forma de mostrar a fantástica curva de crescimento da energia solar mundial, se em 2010 a capacidade instalada no mundo era de apenas 50 GW, hoje essa quantidade já chegou em 305 GW. Em 2000, essa era praticamente nula.
O crescimento foi chamado de “muito significante” por agentes do setor, os quais defendem a tecnologia fotovoltaica como a principal forma dos países alcançarem suas metas estabelecidas no Acordo de Paris.
“Para que consigamos atingir as metas climáticas do Acordo de Paris, seria importante que a energia solar continuasse o seu rápido crescimento. A indústria solar mundial está pronta para fazer isso, e pode ainda acelerar”, disse James Watson, chefe executivo na SolarPower Europe, agência regulatória do setor solar europeu.
Corte em subsídios atrasa Europa no crescimento da energia solar mundial
No entanto, se na China e EUA a energia solar continuou seu crescimento anual, uma situação política menos favorável impediu que o Reino Unido seguisse essa tendência.
Em 2015, o governo do país cortou drasticamente os incentivos para moradores que instalassem sistemas fotovoltaicos em suas casas, além de acabar com os subsídios para projetos de usinas solares de grande escala. Isso fez com que, em 2016, a capacidade instalada da tecnologia no país caísse cerca de metade da quantidade instalada no ano anterior.
No entanto, apesar dessa desaceleração, o Reino Unido foi responsável por puxar o crescimento da energia solar na Europa, contabilizando por 29% da nova potência instalada. A Alemanha foi a segunda, com 21% e a França veio em terceiro lugar, com 8,3%.
A Alemanha, ainda, após mudar suas políticas para subsidiar e construir uma indústria solar, continua líder na capacidade instalada da tecnologia, seguida pela Itália. No geral, o total de energia solar na Europa ultrapassou o marco histórico de 100 GW no começo de 2016, já contabilizando agora 104 GW.
No entanto, a desaceleração da energia solar na Europa fez com que a indústria solar local clamasse a União Europeia por metas de energias renováveis mais ambiciosas.
“Nós precisamos construir um enorme projeto industrial em torno da energia solar e renováveis. Para começar, aumentar a meta de energias renováveis para 2030 em, ao menos, 35% (acima dos 27%) irá mandar um forte recado que a Europa está de volta nos negócios solares”, disse Alexandre Roesch, diretor de políticas na SolarPower Europe.
Muito espaço para crescimento
Entretanto, segundo os dados compilados, apesar desse crescimento fenomenal da energia solar nos principais países mundiais, ela ainda é uma minoria em suas matrizes energéticas. Mesmo em locais nos quais a tecnologia foi mais entusiasticamente adotada, como a Europa, a solar ainda provê somente 4% da demanda energética.
Porém, conforme a tendência no uso da energia solar continua forte no mundo inteiro, com os países cada vez mais abandonando as fontes tradicionais de energia, essa diferença significa apenas uma coisa: muita oportunidade de crescimento para o setor.
Fonte de Informação: The Guardian – Fonte