Energia limpa: a tendência mundial no uso das renováveis

A tendência mundial no uso da energia limpa

Seguindo o contínuo crescimento dos anos anteriores, o uso de fontes de energia limpa segue uma tendência no mundo inteiro, tendo sido assunto de um recente artigo do presidente americano, Barack Obama, o qual diz ser um caminho irreversível e a chave no combate as mudanças climáticas.

As fontes de energias renováveis, em especial a Solar e eólica, vêm ganhando cada vez mais força, conforme os países do mundo inteiro investem em sua utilização na busca de transicionar suas matrizes energéticas, de fontes poluentes para fontes de energia limpa.

O aumento no uso dessas tecnologias, por sua vez, leva a uma sucessiva queda em seus custos de produção. A energia solar, por exemplo, fechou 2016 como a forma mais barata de geração de energia elétrica, com os seus custos de instalação batendo sucessivos recordes nos países emergentes.

Dentre estes, destacam-se pelo seu potencial de atrair investimentos em projetos de energia limpa: China, Chile, Brasil, Uruguai, África do Sul e Índia, de acordo com um estudo realizado no final do ano passado pela Blooomberg New Energy Finance (BNEF).

BOOM DA ENERGIA SOLAR NO BRASIL

O Brasil é um dos países que mais investem nas fontes renováveis, principalmente a solar e eólica. Como aconteceu com a fonte eólica há alguns anos atrás, a solar fotovoltaica vem apresentando hoje uma explosão no país, tendo crescido cerca de 70% a sua capacidade de geração nos últimos dois anos.

De acordo com especialistas do setor, neste período, foram instaladas 90% do total de unidades de sistemas fotovoltaicos hoje existentes no país. Entre as razões apontadas para este salto incrível, estão a redução nos custos da energia solar nos últimos dez anos e o aumento de mais de 50% nas tarifas energéticas.

UMA PEQUENA PEDRA NO CAMINHO DO CRESCIMENTO

Esse desenvolvimento do setor solar sofreu um pequeno golpe no final do ano passado, quando o governo decidiu cancelar o leilão de energia renovável, previsto para acontecer em 19 dezembro. Nele eram esperados a contratação de vários novos projetos de utilização de fontes de energia limpa, mais especificamente as usinas solares e eólicas.

Especialistas do setor afirmam, contudo, que o crescimento deverá continuar acelerado pelos próximos anos. Com investimentos em torno de R$125 bilhões, o país poderá chegar em 2030 com 25 GW (gigawatts) de potência instalada dessa fonte de energia limpa, destes, estima-se que    17 GW sejam acrescentados no segmento de geração centralizada (Usinas Solares) e 8,2 GW no de geração distribuída (os sistemas instalados nos pontos de consumo, como casas, empresas, etc.)

Essas são as informações oficiais da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar), com base nas projeções da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), as quais também estimam um aumento na participação da fonte solar na matriz energética do país, de 0,02% em 2015 para mais de 10% em 2030.  Até 2018, essa participação já poderá chegar entre os 2% e 3%, visto os 111 projetos atualmente em andamento no país.

Se depender do segmento de micro e minigeração distribuída, essas previsões poderão ser facilmente alcançadas. O setor obteve um crescimento de 320% em 2015, e igualmente acima dos 300% no ano passado. De acordo com os últimos dados divulgados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), já são mais de 6 mil sistemas conectados em todo o país, a grande maioria do tipo residencial, contabilizando uma potência instalada acima dos 47 MW (megawatts).

AS RAZÕES PARA O USO DA ENERGIA LIMPA

Faltando poucos dias para o término do seu segundo mandato, o presidente americano, Barack Obama, escreveu um artigo intitulado “O momento irreversível da energia limpa”, o qual foi publicado na famosa revista “Science” desta semana (clique aqui para ler o artigo, em inglês).

Nele, Obama lista as razões pelas quais acredita que o uso das fontes de energia limpa deve ser perseguido, citando evidências econômicas e científicas que corroboram sua afirmação.

Obama é conhecido pelas políticas implantadas em seu governo no combate às mudanças climáticas, quando, especialmente em seu segundo mandato, foram estabelecidas metas para a redução de gases de efeito estufa nas usinas termoelétricas, ao mesmo tempo em que foram oferecidos incentivos para a geração de energia limpa.

O artigo, publicado em um momento de transição de governos, serve como um apelo de Obama ao seu sucessor, Donald Trump, o qual anunciou que tais esforços não serão prioridade em seu governo e que elegeu como chefe da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, Scott Pruitt, que já declarou publicamente não acreditar na ação humana como causadora das mudanças climáticas.

ENUMERANDO OS MOTIVOS

Obama começa mostrando que o crescimento econômico aliado a utilização das fontes renováveis é sim possível, apontando que as emissões de CO2 do setor de energia caíram 9,5% de 2008 a 2015, enquanto a economia cresceu 10% no período.

“Esta ‘dissociação’ das emissões do setor energético e do crescimento econômico deveria pôr fim ao argumento de que o combate às alterações climáticas exige a aceitação de um menor crescimento ou de um nível de vida mais baixo”, afirma Obama, desmontando o principal argumento de Trump para não lidar com a questão.

Ele ressalta ainda que ignorar essa questão irá acarretar em gastos futuros para a solução dos problemas causados pelo aquecimento global, citando estimativas de que um aumento de 4°C na temperatura global sobre os níveis pré-industriais pode levar a danos econômicos equivalentes a 1% a 5% do PIB global por ano até 2100, de US$ 340 bilhões a US$ 690 bilhões anualmente.

MAIS BARATA E UTILIZADA

Outro ponto abordado pelo presidente é o exemplo de empresas americanas que conseguiram aumentar seus lucros e gerar mais empregos na medida em que reduziram suas emissões e gastos com energia através do uso de fontes de energia limpa. A terceira razão apontada é a consecutiva queda no preço da geração de energia através de fontes menos poluentes.

Ele diz que, assim como a transição atual na matriz energética americana, do carvão para o gás natural, deverá continuar, motivado pela consecutiva queda nos preços da última, as energias renováveis também serão, cada vez mais, uma opção mais atrativa, tendo apresentado entre 2008 e 2015 quedas em seus custos, de 41% na eólica e 54% na Solar.

O último ponto apresentado por Obama é o engajamento mundial no uso da energia limpa, inspirado em grande parte pelo comprometimento assumido pelas nações no Acordo de Paris, quando foi estabelecido que todos os países deveriam adotar metas de políticas climáticas inteligentes.

“É um bom negócio e uma boa economia liderar uma revolução tecnológica e definir as tendências do mercado”, conclui. “A mais recente ciência e economia fornecem um guia útil para o que o futuro pode trazer.”

 

Fonte de Informação:     Ambiente Energia – Fonte        Estadão – Fonte

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