Energia Solar Caseira: 5 Riscos que Você Vai Correr

Hoje em dia, encontramos pela internet diversos vídeos sobre energia solar caseira com a temática do “faça você mesmo”, onde são transmitidos, por exemplo, ensinamentos sobre a montagem do módulo fotovoltaico, célula por célula.

Alguns demonstram a instalação de sistemas fotovoltaicos autônomos com baterias. Outros, mais arrojados, propõem sistemas de energia solar fotovoltaica híbridos.

Mas o que realmente preocupa nesses vídeos sobre energia solar caseira é que muita gente faz o ensinamento do sistema fotovoltaico através de conhecimento empírico, sem nem saber direito o que realmente está fazendo ou sem saber os conceitos que envolvem o tema.

Outro fator que preocupa muito é que geralmente esses vídeos são amadores e caseiros, literalmente.

Então, muita gente deixa de lado as questões de segurança, por falta de conhecimento necessário ou por não estarem em ambientes apropriados para propiciar proteção, ou até mesmo sem identificar as áreas de risco de uma instalação.

Visando compreender melhor sobre a energia solar caseira e os assuntos que estão envolvidos no âmbito do tema “faça você mesmo”, discutiremos sobre Os 5 riscos que você vai correr ao seguir esse caminho.

 

#1 Reprovação do Acesso à Rede

Para que seu sistema fotovoltaico seja conectado à rede de distribuição, uma série de regras e procedimentos devem ser cumpridos. A grande maioria das concessionárias de energia elétrica exige do cliente gerador os seguintes documentos:

  • Fatura de consumo energético;
  • Carteira de identidade do dono da unidade consumidora (sua casa, por exemplo);
  • ART – Anotação de Responsabilidade Técnica;
  • Diagrama elétrico;
  • Manual módulo fotovoltaico;
  • Registro INMETRO do módulo fotovoltaico;
  • Manual inversor interativo;
  • Registro INMETRO do inversor interativo;
  • Carteira de identidade profissional;
  • Análise do software de dimensionamento;
  • Planta de localização;
  • Formulário de Solicitação de Acesso Até 10KW;
  • Formulário de registro de micro e mini geradores.

O não cumprimento de qualquer uma das partes desse processo pode fazer com que o acesso à rede seja negado, gerando um grande risco para os adeptos da energia solar caseira.

Além disso, quem opta por adquirir células fotovoltaicas e produzir o próprio painel solar em casa, automaticamente já não terá registro no INMETRO. Ou seja, a placa solar poderá ser aplicada apenas em sistemas autônomos.

Outros entusiastas da energia solar caseira, mais interessados na eletrônica, buscam por vídeos que ensinam a desenvolver o próprio inversor fotovoltaico interativo, o que se torna também, um impeditivo para se obter o registro do INMETRO.

 

#2 Painel Solar Mal Posicionado

Outra grande questão é o correto posicionamento dos módulos fotovoltaicos. É de nosso conhecimento que instalar o painel solar na posição e inclinação adequada proporciona melhor rendimento energético ao sistema fotovoltaico, fazendo com que ele produza mais energia.

Quando se contrata uma empresa especializada em energia solar para desenvolver um projeto fotovoltaico completo, espera-se que ela faça esse serviço utilizando-se de engenharia e programas de dimensionamento, realizando simulações do melhor custo x benefício para a geração de energia elétrica.

Mais uma vez, optando pelo “faça você mesmo” e pela energia solar caseira, alguns dos recursos mencionados anteriormente já deixam de existir, na maioria das vezes, pelos altos custos de aquisição dos softwares de dimensionamento de sistemas fotovoltaicos.

A ausência de um engenheiro eletricista para recolher a assinatura de responsabilidade técnica (ART) do projeto e da obra, também será um entrave.

 

#3 Produtos de Má Qualidade

Energia Solar caseira: Produtos de Má Qualidade
Fonte: PV Magazine – Fonte

A qualidade dos produtos utilizados, assim como o sombreamento, afeta diretamente na qualidade da energia elétrica gerada pelo sistema fotovoltaico.

Do lado “solar”, onde a geração ainda é em corrente contínua, a qualidade das células fotovoltaicas utilizadas na produção do módulo, a solda realizada entre seus terminais elétricos e a transparência do vidro utilizado na proteção do módulo solar fotovoltaico influenciará, diretamente, na eficiência de geração solar, que hoje está por volta de 20% nos melhores fabricantes mundiais.

Do inversor até a ligação com a rede de distribuição, o processo de conversão da corrente contínua para corrente alternada envolve uma vasta gama de componentes eletrônicos.

Esses componentes, por sua vez, precisam ser de extrema qualidade, muito bem dimensionados e acondicionados nos circuitos elétricos, para que o produto final seja de qualidade, ou seja, a conversão de energia elétrica.

No Brasil, por definição, a rede de distribuição está referenciada em ondas senoidais de 60 Hz. Todo tipo de carga ou fonte elétrica conectada à rede, que possua componente eletrônico ou faça conversão Corrente Contínua CC em Corrente Alternada (CA) ou vice-versa, injeta ruídos e distúrbios que “poluem” a rede de distribuição de energia elétrica.

Essa poluição reduz a qualidade da energia elétrica fornecida e a eficiência do dispositivo inversor. Por isso, quem opta por fabricar o próprio inversor, seja ele autônomo ou interativo, está sujeito a isso.

 

#4 Choque Elétrico

De acordo com informações disponibilizadas pela ABRACOPEL (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), entre os anos de 2007 a 2012, foram registrados cerca de 765 acidentes envolvendo choques elétricos e, a maior parte deles, sofridos por profissionais atuantes no setor de eletricidade.

E, em 2015, o número de acidentes fatais envolvendo esses trabalhadores foi de 97 ocorrências. Por isso, é extremamente importante ressaltar a sensibilidade do corpo humano quanto ao tipo de corrente elétrica, contínua ou alternada, podendo sofrer desde leves queimaduras e fibrilações cardíacas a até mesmo a morte.

A seguir, temos as relações entre as tensões nominais e as durações de contatos diretos de um indivíduo exposto a um circuito de corrente alternada.

Energia Solar Caseira: Tabela 1
Fonte: MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL, 1978

Para o contato direto do indivíduo exposto a um circuito de corrente contínua, o tempo de duração máxima, em segundos, é maior se comparado à corrente alternada.

Dessa forma, quem manipula qualquer tipo de carga ou fonte que esteja sob influência de energia elétrica, deve saber identificar a presença dos dois tipos de correntes elétricas a que ele pode estar submetido.

Energia Solar Caseira: Tabela 2
Fonte: MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL, 1978

Infelizmente, a grande maioria dos conteúdos publicados sobre energia solar caseira, por serem amadores, não informam ou não dão ao “aluno” a correta importância que precisamos ter quanto aos requisitos de segurança para proteção dos equipamentos utilizados e, acima de tudo, para a proteção da vida de quem está se submetendo ao aprendizado em energia solar fotovoltaica.

 

#5 Ausência de Garantias

Por último e não menos importante, destaco a garantia dos produtos fotovoltaicos utilizados. Inversores e módulos, por serem bens duráveis, raramente apresentam problemas que levem ao acionamento da garantia, tanto pela empresa revendedora quanto pelo fabricante.

Os módulos solares são impermeáveis em suas estruturas e os inversores, quase todos, possuem níveis IP65, IP66 ou IP67 de proteção.

Por ser um investimento de alto valor agregado, descartar a seguridade de uma garantia não é bom negócio. Mais uma vez, ao se optar pela construção desses tipos de equipamento através da energia solar caseira, priorizar a economia em detrimento da segurança, confiabilidade e qualidade, pode ser uma alternativa altamente arriscada.

Portanto, nas buscas e visitas em páginas do Google que tratam da energia solar caseira, preste muita atenção para as fontes que realmente são confiáveis e que levem à verdadeira disseminação do tema.


Fonte de Informação: Blog BlueSol – Fonte


 

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