Aliando alta economia e sustentabilidade, o painel solar residencial já é um objeto de desejo do consumidor brasileiro e, com os contínuos investimentos do governo nessa tecnologia, ela está se tornando cada vez mais acessível à população.
A energia solar vem trilhando um caminho impressionante no Brasil. Em 2012, antes das normas regulamentadoras hoje em vigor, o país contabilizava apenas 3 sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica. Com os avanços do setor e os direitos conquistados pelos consumidores de energia elétrica, hoje já são quase 7 mil sistemas de geração de energia solar conectados à rede em todo o território nacional.
Destes, a grande maioria, ou quase 80%, são de sistemas residenciais. Isso mostra que cada vez mais a energia solar é a escolha dos consumidores na hora de gerar sua própria energia e fugir das altas tarifas energéticas que assombram os brasileiros. Se esses números não fossem prova suficiente, uma pesquisa realizada no final do ano passado mostrou que a grande maioria dos consumidores tem interesse em painel solar residencial.
As previsões oficiais da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) apontam que, até 2024, o número de consumidores/geradores de energia elétrica será de cerca de 1,2 milhão, com o painel solar residencial continuando a ser a principal escolha. São muitas as razões para acreditar nessas projeções, com o setor solar apresentando um crescimento exponencial mesmo no atual momento de crise no país. Abaixo listamos as principais delas.
Preços em queda
Com o uso cada vez maior da fonte de energia solar, no Brasil e no mundo, a tecnologia fotovoltaica vem apresentando consecutivas quedas em seus custos de fabricação. As estimativas apontam que nos últimos dez anos a tecnologia depreciou em 80%, tendo, no final do ano passado, se tornado a forma mais barata de geração de energia elétrica em alguns países emergentes, superando as fontes tradicionais e a sua concorrente direta, a eólica.
No Brasil, um sistema residencial básico, capaz de gerar cerca de 280 kW/mês e alimentar uma residência de três quartos, dependendo do consumo e região, pode ser adquirido por pouco mais de R$18.000,00. Apesar de ser um investimento relativamente alto, o prazo médio de retorno, hoje, fica em torno de 7 anos, tempo muito curto quando comparamos com a vida útil do sistema, que é acima de 25 anos.
Normas regulamentadoras
Representando um marco do setor, a Resolução Normativa Nº 482 da ANEEL permitiu, desde 2012, que os consumidores instalassem os seus sistemas e os conectassem a rede de energia pública, sendo compensados por toda energia elétrica gerada e que fosse injetada na rede.
A partir desse sistema, chamado de “compensação de energia elétrica”, os consumidores passaram, através da instalação de um painel solar residencial, a economizar em até 95% em suas contas de luz. No começo de 2016, através da Resolução Normativa Nº 687, as regras foram aprimoradas e novas modalidades de geração foram adicionadas, permitindo a ainda mais consumidores aproveitar dos sistemas de geração própria de energia, como moradores de prédios e condomínios.
Facilidades e isenções
Por se tratar de um investimento de valor alto, muitos consumidores buscam facilidades na hora de adquirir seu painel solar residencial. Para isso, hoje eles já podem contar com várias delas, como linhas de financiamento exclusivas através de vários bancos, públicos e privados, com prazos e valores variados que se encaixam no bolso do consumidor.
Outra grande novidade do mercado, e que promete tornar os sistemas ainda mais acessíveis aos brasileiros, é o modelo de consórcio de energia solar. Similar aos modelos para aquisição de imóveis e automóveis, nele o consumidor vai adquirindo o seu sistema através de suaves parcelas e ainda pode ser contemplado todo mês, através de sorteio ou por lance. A grande vantagem, nesse caso, é que o consumidor que for contemplado logo no início poderá ir pagando pelo seu sistema com a economia já obtida na conta de luz.
Além dessas facilidades, o consumidor brasileiro conta hoje com diversas isenções de impostos sobre a energia gerada. PIS e COFINS são isentados nacionalmente pelo governo, através da Lei n° 13.169. Já o ICMS é, atualmente, isentado em 21 estados mais o Distrito Federal, através do convênio criado pelo CONFAZ (Conselho Nacional de Política Fazendária). Outros incentivos já estão sendo estudados e devem sair em breve, como o uso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para aquisição dos sistemas fotovoltaicos.
Evolução do painel solar residencial
Conforme a tecnologia vai sendo difundida e utilizada, novos estudos vão sendo feitos para aumentar a sua eficiência e praticidade, aumentando o já alto custo benefício dos sistemas. Com isso, em breve deverão estar disponíveis no mercado novos modelos de equipamentos solares. Um exemplo disso, anunciado no final do ano passado, são as telhas solares da Tesla, as quais prometem a mesma eficiência do painel solar residencial atual, porém de forma integrada ao imóvel.
Crescimento sustentável
Todos sabemos que a questão da sustentabilidade é uma prioridade cada vez maior nos governos de todo o mundo. Com o Acordo de Paris (COP-21), ficou definido que todos os países devem adotar políticas de combate ao aquecimento global, reduzindo seus níveis de emissão de CO2 e outros gases de efeito estufa na medida em que adotam projetos de uso de energias renováveis.
Com isso, tecnologias limpas, como a solar fotovoltaica, continuarão sendo a aposta desses governos para alcançar suas metas comprometidas no acordo. No Brasil, além da estimativa já mencionada para 2024, espera-se que o crescimento do setor gere 100 mil novos empregos nos próximos três anos. A maioria desses empregos virá do segmento de geração distribuída, que é justamente o de instalações residenciais e comerciais.
Com toda essa demanda dos consumidores pelo painel solar residencial, aliado ao boom que o setor vem apresentando, tendo crescido 70% nos últimos dois anos, farão com que o Brasil chegue até 2030 com 10% de sua matriz energética gerada através da energia solar.
Fonte de informação: Gazeta do Povo – Fonte